O livro “Mercadores do Ópio – Macau no tempo de Quianlong”,(1) de Maria Helena do Carmo, retrata, de forma romanceada, a História de Macau na segunda metade do século XVIII, marcada pela intensificação do comércio do ópio, acompanhando a vivência de uma família macaense, (2) poderosa e rica que vivia do comércio e de outros mercadores que para sobreviverem recorrem ao comércio do ópio.
Lançada em 2012 em Portugal e apresentado em Macau no dia 2 de Maio de 2013 no Instituto Internacional de Macau.
Maria Helena do Carmo, licenciada em História, (3) que deixou Macau para regressar a Portugal em 1999, explicou que a sua obra “tende a retratar Macau na segunda metade do século XVIII, mais propriamente a partir de 1735/36, acompanhando o reinado de Quianlong, que governou durante 60 anos na China…” (4)
“… Quando o ópio passou a ser clandestino, tornou-se também rentável e os barcos começaram a direccionar-se para a Índia para irem buscar [essa droga] para venderem na China e o seu comércio intensificou-se na segunda metade do século XVIII”, explicou a investigadora. (4)
Na contra-capa:
“ … A obra retrata a saga de quatro gerações conterrâneas de Quianlong, dando relevo ao aldo humano das personagens, que enfrentaram, em constante reação às leis imperiais, difíceis situações económicas e políticas.
Os Vicente Rosa, enriquecidos com o comércio e o contrabando do ópio na China, então proibido no Império do Meio, viram-se aprisionados na gaiola dourada de Macau para deterem recursos financeiros e uma frota mercantil que sustentava a cidade em épocas de crise. A sua permanência no território assegurou a continuidade da presença portuguesa…”
NOTA: O Imperador Qianlong (乾隆) (1711 – 1799) foi o sexto imperador manchu da Dinastia Qing, e o quarto imperador Qing da China. Quarto filho do imperador Yongzheng, (雍正) que faleceu em 1735. Reinou oficialmente a partir de 18 de Outubro de 1735 até 9 de Fevereiro de 1796, quando abdicou em favor de seu filho, Jiaqing.(嘉慶) http://en.wikipedia.org/wiki/Qianlong_Emperor
(1) CARMO, Maria Helena do – Mercadores do Ópio, Macau no tempo do Ópio” Editorial Tágide, 2012, 285 p.
(2) Família Vicente Rosa: iniciando com Manuel Vicente Roza (Rosa), natural de Tancos (Santarém) que chega a Macau em 1708 e se torna um grande capitalista, muito rico com o comércio e contrabando do ópio. Faleceu em 1751. Casado com Isabel da Cruz (falecida em 1738), não teve descendência, pelo que mandou vir da sua terra natal os dois sobrinhos Simão Vicente da Rosa que enriqueceu (adquiriu a ilha Verde) continuando os negócios do tio e António Vicente Rosa que chegaram a Macau em 1738.
“14-08-1765 – Na monção deste ano vem a ordem do V. R. de Goa para entregar a Ilha Verde a Simão Vicente Rosa, em satisfação de 6 147 taeis e 346 caixas que lhe deviam os Colégios de S. Paulo e de S. José; nessa ordem dizia-se que o Senado a quisesse, fosse a leilão e a tomasse pelo último lanço; na vereação de 14-08-1765, assentou-se «que não convinha a este Senado o haver a dita Ilha Verde»” (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, 3.º Vol.)
Referências a esta família em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/manuel-vicente-roza/
(3) Fez o mestrado em Língua e Cultura Portuguesa, variante História, na Universidade de Macau, na década de 90, com uma dissertação sobre os interesses portugueses em Macau na primeira metade do século XVIII.
(4) Entrevista dada ao jornal “Ponto Final” de 23 de Maio de 2013.
[…] http://arquivo.jtm.com.mo/view.asp?dT=332801002 (3) http://www.jorgealvares.com/conteudo. (4) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/08/27/leitura-mercadores-do-opio/ NOTA: sobre a mesma personagem, Nónha Catarina de Noronha, recomendo também a leitura do trabalho […]
[…] anteriores referências neste blogue em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/08/27/leitura-mercadores-do-opio/ […]