Faleceu anteontem, no dia 12 de Agosto, Lauren Bacall (1924-2014). Chamavam-na “The Look”, uma das atrizes mais influente de Hollywood dos anos 1940 e 50, formando com o marido Humphrey Bogart (de 1945 até ao falecimento deste em 1957), uma dupla cinematográfica memorável. Bastaram quatro filmes para a dupla ficar para sempre recordada, dois filmes de Howard Hawks: “To have and have not” (Ter ou não Ter -1944) e “The Big Sleep” (À Beira do Abismo -1946), um de Delmer Daves, “Dark Passage” (Prisioneiro do Passado – 1947) e outro de John Huston: “Key largo” (Paixões em fúria – 1948)
Vou recordá-la com um folheto de cinema de um filme (“o espectaculoso filme tecnicolorido”) passado no Teatro Capitol, em 1957.
“A COMEÇAR EM 12 DE ABRIL DE 1957
Sessões às 14.30, 20,00 e 22.00 horas
Preços: $ 0.60, $ 0.80, $ 1.10, $ 1.50, e $ 1.80
INCERTEZA DO FUTURO (1)
(Written on the Wind).
Filme de 1956, realizado Douglas Sirk, (2) autor dos mais brilhantes melodramas românticos do cinema dos Estados Unidos dos anos de 50 e este filme é considerado a sua obra-prima do género.
http://www.imdb.com/title/tt0049966/
O próprio realizador afirmou: “Em quase toda a película utilizei objectivas de grande profundidade de campo para dar melhor relevo aos objectos e uma superfície dura, como esmaltada, às cores. Fiz assim evidenciar as violências íntimas, a energia contida dentro das personagens e que não pode vir à superfície»
O filme foi nomeado para os Óscares de 1957 em três categorias: Melhor actor secundário (Robert Stack que “perdeu” para Anthony Quinn no filme “Lust for Life”) , melhor actriz secundária ( Dorothy Malone ganhou) e melhor canção (“Written on the Wind” (3) que “perdeu” para “Que Sera, Sera (Whatever Will Be, Will Be)” do filme: “The Man Who Knew Too Much”).
(1) Em Portugal traduzido para “Escrito no Vento”
(2) Embora na época a sua obra não despertasse muito interesse entre os críticos, nos últimos anos tem vindo a ser “recuperado” como uma das visões críticas mais agudas e certeiras da sociedade americana contemporânea, utilizando o cinema romântico/ medodrama como um instrumento de crítica social.
O exemplo dessa visão crítica/cínica está neste filme, baseado em livro homónimo de Robert Wilder de 1945 que retrata o escândalo social que envolveu Libby Holman e seu marido, o magnata do tabaco Smith Reynolds, filho de R.J. Reynolds (A “R. J. Reynolds Tobacco Company” é a segunda maior fabricante de cigarros nos Estados Unidos; suas principais marcas são Camel, Winston e Salem.) O argumentista George Zuckerman mudou o local dos acontecimentos, que passou da Carolina do Norte para o Texas, trocando a riqueza do tabaco pela do petróleo. Os nomes dos personagens também foram mudados.
(3) Ouvir a canção, do grupo “The Four Aces” em:
https://www.youtube.com/watch?v=gTZ42kNdn1E
Trailers do filme em
https://www.youtube.com/watch?v=862Yc-cwQEY
https://www.youtube.com/watch?v=akP2oG9vf8Q
[…] Robert Wagner, Terry Moore e Broderick Crawford. https://en.wikipedia.org/wiki/At_Gunpoint (1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/08/14/folheto-de-cinema-teatro-capitol-xiii-lauren-bacall/ (2) […]
[…] (2) Lauren Bacall, que substituiu a actriz Grace Kelly (primeira escolha) participou neste filme no período em que o seu marido o actor Humphrey Bogart já se encontrava doente (doença cancerosa), falecendo este em 14 de Janeiro de 1957, quatro meses antes da estreia do filme nos Estados Unidos. https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/08/14/folheto-de-cinema-teatro-capitol-xiii-lauren-bacall/ […]