Do DIÁRIO de Harriet Low (1)
DIA 30 de Maio de 1833:
“Fomos à ópera às 20.00 horas. A casa estava completamente à cunha. Todas as beldades e a última moda de Macau estavam ali.
Ficámos, porém muito escandalizadas, ao ver entrar uma certa senhora (com quem nenhuma mulher decente se associaria e nenhum cavalheiro a teria levado para lá), coberta de brilhantes, no colo e nas orelhas e olhado com quanta impudência possível, com a sua criada atrás dela.
Quando regressar à pátria, poderei desbobinar uma história acerca dela, que te há-de excruciar a alma, mas não posso sujar o meu livro” (2)
Comentários do Padre M. Teixeira (3):
“Harriet queixa-se da má língua alheia; mas a minha longa experiência tem-me ensinado que nós temos os defeitos que criticamos nos outros.
Ora aqui está a má língua: lança o aperitivo do escândalo no diário e promete expor de viva voz toda a roupa suja!”
(1) Ver anteriores “posts” em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/harriet-low/
(2) GOMES, Luís Gonzaga – Macau Factos e Lendas. Edição da Quinzena de Macau, 1979, 150 p.
(3) TEIXEIRA, Padre Manuel – Macau no Séc-. XIX Visto por Uma Jovem Americana. Direcção dos Serviços de Educação e Cultura, 1981, 59 p.