“Observemos esta e aquela família na sua laboriosa e arriscada faina quotidiana. Como num «écran» desenrolam-se-nos imagens sequentes e curiosas em cenas cujos protagonistas são mulheres.
Ancorados junto da ponte-cais aguardam passageiros
A jovem tancareira encosta o tancar aos degraus duma pequena ponte de Macau. Salta, ligeira, para terra, onde sua mãe já se encontra rodeada de fardos e sacos. É um transporte de mercadorias para a ilha da Taipa que se vai efectuar. Com a ajuda da mãe e em jeito semelhante ao dos descarregadores, vai ela acarretar para o tancar todas as mercadorias, num vaivém constante, sem denunciar a mínima quebra física; e, estimulada pelo «faiti» (depressa) que sua mãe lhe sussura, termina, num ápice, o transporte para bordpo. Uma pequena arrumação que se torna indispensável para o bom equilíbrio do tancar, demora-as alguns minutos, mas, volvidos estes, ambas munidas dum remo, uma à ré e outra a bombordo , dirigem a embarcação para a Taipa.
Esta tancareira arruma a bagagem dum passageiro
E o tancar, impedido pela habilidade e vontade indomável das duas mulheres, feições impenetráveis e gestos decididos, segue, rio adiante, em direcção à Taipa, num quadro simples mas grandioso, modesto mas imponente, levando dentro a marca dos destinos duma família, que é a continuação dum passado e a certeza dum futuro sempre iguais.” (1)
(1) Texto e fotos retirados de Macau Boletim Informativo, 1953.
[…] a tancareiras em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/02/03/leitura-as-tancareiras-i/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/02/11/leitura-as-tancareiras-iii/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/02/07/leitura-as-tancareiras-ii/ (1) 蛋家 – […]