Cortsários e Piratas Capa

O livro (1) aborda as actividades dos corsários e piratas portugueses na época dos descobrimentos em mares asiáticos (2). Sendo o texto uma adaptação da tese de Mestrado de investigação em História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa que a autora apresentou em 1998 na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa é, no entanto, de leitura agradável, acessível e interessante. 

Cortsários e Piratas contracapaSinopse (na contra-capa):  Sebastião Gonçalves Tibau, nascido em Santo António do Tojal, embarcado para a Índia na qualidade de soldado em 1605, desertou do serviço da Coroa tornando-se líder de uma república pirata. Sob o seu comando mais de 3 mil homens, uma imponente armada e numerosas peças de artilharia espalharam a violência e o terror nos mares de Bengala. Navios com velas desfraldadas sulcando as ondas do mar prontos para o combate, abordagens e assaltos violentos, vidas e acções entrecortadas por combates de artilharia e duelos de esgrima travados corpo a corpo, tudo em prol da disputa das fantásticas riquezas que nos séculos XV-XVI circulavam por aquelas paragens. É este o cenário de Corsários e Piratas Portugueses que nos traz a história de homens como Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, Afonso de Albuquerque e de outras figuras, descobridores de novas terras, conquistadores de praças ao serviço da Coroa cuja actividade corsária, ao serviço de El-Rei, é praticamente desconhecida. “

Em relação com Macau, há quatro entradas mas somente duas delas abordam (muito sumariamente) episódios da história de Macau:
1 – A perda da nau Santa Catarina que partira do porto de Macau com destino a Goa. Era um navio de 1400 toneladas (1 500 toneladas segundo Luís Gonzaga Gomes e Beatriz Basto da Silva) (3) e (4) com carregamento de açúcar, algodão, sedas e porcelanas e levava 600 pessoas. No dia 25 de Fevereiro de 1603 foram atacados pelo almirante holandês Jacob Heemskerck no estreito de Johore tendo morrido 70 homens e tendo o capitão do navio Sebastião Serrão, rendido para não haver mais mortesentre os passageiros. (3) Recordar que nesse ano e nos anos seguintes, os holandeses tentaram tomar Macau. (4) Nesse ano, em 30 de Julho, entraram no porto duas naus e um patacho holandeses que tomaram a nau do Capitão -Mor Gonçalo Rodrigues de Sousa, cuja tripulação se encontravam terra a fazer os preparativos para seguir para o Japão (3)
2 – A acção de Leonel de Sousa, entre 1552 e 1554 (ano em que consegue reatar a confiança das autoridades chinesas de Cantão com o primeiro acordo verbal, e o pagamento de direitos comerciais que legalizaram o comércio livre na zona que viria a ser Macau  (4).

Nota da autora: A figura representada na capa é a de Bartolomeu Português, que fez carreira como salteador no mar das Caraíbas durante e a década de 1660. Na ausência de iconografia específca sobre o corso e a pirataria levados a cabo por portugueses nos mares da Ásia, a apresentação da referida imagem presta-se apenas à evocação simbólica de um determinado tipo social e da actividade que lhe era conexa.
(1)   PELÚCIA, Alexandra – Corsários e Piratas Portugueses Aventureiros nos Mares da Ásia. A Esfera dos Livro, 2010, 213 p + 8 páginas a cores, 16 cm x 23,5 cm. ISBN 978-989-626-239-6.
Informações sobre a autora em:
http://www.segredodoslivros.com/sugestoes-de-leitura/corsarios-e-piratas-portugueses.html
(2) Corsários e piratas são no fundo todos piratas. Chamam-se corsários àqueles que se dedicavam ao roubo de cargas de embarcações, com autorização – carta do corso – e financiados por governos que queriam prejudicar economicamente as nações inimigas – guerra do corso. O período em que a acção destes corsários foi mais efetiva, ocorreu entre os séculos XV e XVIII. A prática do corso foi extinta no século XIX, com o tratado de Paris (1856). Os corsos eram usados como um meio fácil e barato para enfraquecer o inimigo por perturbar as suas rotas marítimas. Com os corsos, os países podiam enfraquecer os seus inimigos sem suportar os custos relacionados com a manutenção e construção naval.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cors%C3%A1rio
Não esquecer que o corso foi uma actividade muito lucrativa e difundida em Portugal no século XV.
(3) GOMES, Luís Gonzaga – Efemérides da História de Macau. Notícias de Macau, 1954, 267 p.
(4) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau Séculos XVI-XVII, Volume 1. Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, 2.ª Edição, Macau, 1997, 198 p. (ISBN 972-8091-08-7)