Integrado nas Comemorações Henriquinas de Macau, abre ao público o Museu Luís de Camões instalado no Palacete que pertenceu a Manuel Pereira, no Jardim de Camões. (1)

Palacet Manuel Pereira IO palacete de Manuel Pereira, rodeado pelo parque e vendo-se ao fundo, no alto dum montículo, a Gruta de Camões. (Do Archivo Pitoresco, Vol VII, 1864, pg. 57) (2)

 “Quando o Comandante Pedro Correia de Barros veio chefiar esta província, incumbiu este Governador o então Reitor do Liceu Nacional Infante D. Henrique, Dr. Pedro de Guimarães Lobato, do planeamento das obras de adaptação do edifício, da selecção das peças que nele deveriam figurar. Para este efeito, confiou o sr. Dr. Lobato ao falecido antiquário T´ou Kim Tchâu, devidamente remunerado pelo Leal Senado, o arrolamento, classificação e selecção das peças que julgasse dignas de ser expostas ao público.

Palacet Manuel Pereira IIO palacete de Manuel Pereira, quando serviu de depósito de Material de Guerra (Da revista Ta-Ssi-Yang-Kuo, 2. Vol, pg 387) (2)

 Pelo Diploma Legislativo n.º 1 429 de 4 de Outubro de 1958, publicado no mesmo Boletim Oficial n.º 40 da mesma data, foi o Museu Comercial e Etnográfico Luís de Camões entregue ao Leal Senado, da Câmara de Macau, ficando a propriedade do imóvel registada em nome da mesma entidade e, para auxiliar a manutenção do pessoal do museu, o Estado passou a conceder um subsídio anual de $ 15.000,00 ao Leal Senado da Câmara de Macau, que nomeou uma comissão para estudar as beneficiações que carecesse o edifício do museu e 32 quadros de relativo valor histórico e artístico foram enviados para o Museu de Arte Antiga de Lisboa para serem restaurados.

 Museu Luís de Camões

Em 10 de Agosto de 1960, a Comissão Administrativa Municipal da presidência do Dr. Pedro José Lobo, reconhecendo ser de toda a vantagem abrir o museu ao público, o mais depressa possível, e a achando inexequíveis o plano e as sugestões apresentadas, mandou efectuar, urgentemente, várias obras de reparação e adaptação no edifício, determinando que a sua abertura fosse efectuada, em 25 de Setembro de 1960, como parte integrante das Comemorações Henriquinas, sendo, sob proposta do Vice-presidente Capitão de Engenharia José Arede Bastos, convidado para desempenhar as funções de Conservador do Museu, o então Professor do Liceu Nacional Infante D. Henrique, sr. Luís Gonzaga Gomes.

 Após novo trabalho de selecção, classificação, distribuição e arrumação, efectuado pelo actual Conservador, o Museu Luís de Camões, como ficou definitivamente a chamar-se, foi, finalmente, aberto ao público, na referida data,, e, desde então, todos os dias, com a exclusão das quartas feiras, ao princípio, das 10.00 às 16.00 horas e actualmente, das 11.00 às 17.00 horas, está franqueado aos visitantes, sendo o custo do bilhete de entrada $ 0,50, em qualquer dia de semana, excepto, às sextas feiras em que a entrada é gratuita, conforme ficou determinado pela Portaria n.º 577 de 1 de Outubro de 1960. (2)

(1)     25 de Agosto de 1960 – Completadas as novas instalações do Museu Luís de Camões, em Macau. A primeira sugestão de se fundar esse Museu partiu do Governador de Macau, em 1927. O resto do tempo foi utilizado a recolher peças e, talvez pelo espaço de que iam necessitando, o espólio mudou 5 vezes de lugar, até esta data em que foi inaugurado, na Casa do Jardim de camões. A abertura ao público, no entanto, ainda iria esperar mais um mês
SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau Século XX, Volume 5. Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, Macau, 1998, 320 p (ISBN 972-8091-64-8)
(2)   GOMES, Luís G. – Museu Luís de Camões. Macau, Imprensa Nacional, 1973, 57 p.
Ver anteriores referências ao Museu em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/museu-luis-de-camoes/