Macau, mirante de sonho,
com longínquos horizontes,
quantas façanhas se escondem,
nas repregas dos teus montes!
Macau, das cercas floridas
a cantar à luz do dia,
de noite, embala-te o sono
o berço da ventania
Macau, dos hotéis e barcos
sempre em adeus e em viagem,
nas águas da Praia Grande
revês-te em tua miragem.
Macau, Padrão glorioso
da descoberta final …
e se mais mundo houvera,
lá chegara Portugal!
Macau, da névoa infinita
e das noites de luar,
és caravela perdida
nas ondas mortas do mar.
Macau, de igrejas e ermidas
voltadas ao mar profundo,
foste o guião da Cruzada
de Portugal pelo mundo …
Benjamim Videira Pires (1)
(1) PIRES, Benjamim Videira – Jardins Suspensos: poemas. Macau, Secção de Propaganda e Publicidade, 1955, 114 p.
Foto de 1964, Agência Geral do Ultramar.
Referências ao Padre Benjamim Videira Pires em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/padre-benjamin-videira-pires/