Artigo de Adolfo D´Eça publicado numa revista portuguesa, em 1918 (1)
“Visita geral da cidade de Macau, vendo-se a curva graciosa, chamada Praia Grande”
“Qual é o itenerário a seguir para evitar o calor intenso do verão ou para fugir à densa humidade dos mezes invernosos? E qual é o local proximo, para onde se possa ir procurar descanço para a fadiga d´uma longa viagem.
São estas as perguntas que os turistas, ao entrarem nas companhias dos vapores, em Hong Kong, costumam fazer.
Macau !!! … Eis tambem a unica resposta que sempre obtéem. É que esta colonia portuguesa, colocada n´uma das margens da ilha de Heung-Shan, medindo cinco kilometros no seu maior comprimento, sobre trez na sua maior largura, oferece, pelo seu aspéto pitoresco e encantador, uma agradável impressão áquele que a visitar pela primeira vez.
“O farol da fortaleza da Guia, que conta quasi um seculo de existencia, e está situado n´um dos pontos mais culminantes da península de Macau”
Deixando Hong Kong n´um dos vapores comodos de 6 pés de cala, o turista, depois de 4 horas de uma travessia atravez inumeras ilhas, descobre na eminencia um dos pontos mais culminantes da peninsula, a Fortaleza da Guia, com o seu farol, que conta perto de um seculo de existencia; o primeiro farol rotativo que iluminou a navegação nos mares da China: farol construído pelo distinto macaense, que , em vida, se chamou Carlos Vicente da Rocha. No museu das Janelas Verdes, em Lisboa, deve ainda estar o farol em miniatura que serviu de molde e que foi feito pelo referido extinto. Chegada a esta altura o vapor é obrigado a reduzir o seu andamento para entrar no canal.
“O porto interior de Macau, onde o movimento comercial, que é já agora notavel, tende a atingir um incremento de vulto”
(1) “Ilustração Portuguesa“, n.º 633, 1918, pp. 373-374