Trouxe a canhoneira «Pátria» (1), os aviadores Sarmento Beires e Brito Pais que, no seu acidentado voo Lisboa – Macau, tinham caído, no dia 20, cerca das 15 horas , em Sâm-Tchân, a 45 milhas de Macau. Foram entusiasticamente recebidos por toda a população, desembarcando sob uma chuva de flores, entusiásticos vivas, estrepitoso estralejar de panchões e da música, dirigindo-se todos ao Leal Senado para a sessão solene. Macau esteve em festa durante dias seguidos. (2) (3)
O Pátria II acidentado em Sâm Tchân
(1) A canhoneira «Pátria» seguiu no dia 21 de Junho para Hong Kong. Participou no dia anterior em buscas no mar, para tentar encontrar o aparelho que se julgava despenhado na água. Dois dias depois um grupo de mecânicos foi à China desmontar o avião .
(2) O 1.º «raid» aéreo Lisboa -Macau, os pilotos aviadores, Major de Infantaria António Jacinto da Silva Brito Paes e Major de Engenharia José Manuel Sarmento de Beires, partiram de Vila Nova de Milfontes (terra natal de Brito Pais, local escolhido para a partida oficial da viagem já que o «Pátria» viera no dia 28 de Janeiro, de Amadora), no dia 7 de Abril de 1924, depois de «um pequeno almoço composto de ovos quentes, café e pão de trigo», no «Pátria » (Bréguet 16 Bn2 – modelo militar adaptado nas oficinas de Amadora). O mecânico Alferes graduado António Manuel Gouveia, somente juntaria aos dois, em Tunes, para onde partira sete dias antes.
O trajecto foi (devido a contrariedades várias): Vila Nova de Milfontes – Málaga – Oran-Tunes – Tripoli – Benghasi – Cairo – Rayak – Bagdade – Bushire – Bandar/Abbas – Carachi – aterragem forçada com destruição do avião perto de Jodhpur (Índia). Adquiriu-se outro avião (DH9 inglês, por quatro mil e setecentas libras) «Pátria II». A seguir Ambala – Calcutá – Akyab – Rangum – Banguecoque – Oubon – Hánoi – e China (perto de Macau).
“sob o açoite furioso dos aguaceiros densos, rompemos para o istmo de Macau e passamos sobre a ilha Verde e as portas do Cerco” mas por falta de visibilidade não conseguiram aterrar em Macau, e o vento forte obrigou-os a aterrar de emergência na aldeia chinesa de Sham-Tcham, a poucos quilómetros de Hong Kong, no dia 2 de Junho. Sarmento de Beires e Brito pais foram a pé ate à fronteira da China com Hong Kong e depois de comboio a Kowloon (Hong Kong). Foram 16 380 Km voados em 115 horas e 40 minutos.(4)
(3) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau. Notícias de Macau, 1954, 267 p.
(4) Informações recolhidas de CORREIA, Mário – Portugal-Macau (1924) in Viagens Aeronáuticas dos Portugueses. Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, Lisboa, 1997, 220 p., ISBN 972-8325-10-X
Anterior referência a este raid em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/sarmento-de-beires/
[…] Mcau, encontra (va)-se como relíquia no Clube Lusitano de Hong Kong. Sobre o 1.º Raid aéreo ver: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/06/26/noticia-de-25-de-junho-de-1924-viagem-aerea-portugal-… (5) GOMES, Luís Gonzaga – Efemérides da História de Macau. Notícias de Macau, 1954, […]
[…] Nesse mesmo número, apresentava na pág. 5, uma notícia sobre «O “RAID” LISBOA – MACAU» “Quando este número da «Gazeta das Colónias» sair ao público, deve estar a terminar essa gloriosa viagem, com que os heroicos aviadores Brito Pais e Sarmento Beires, auxiliada pelo dedicado e infatigável mecanico Manuel Gouveia, vem aumentar o brilho do Nome Português e abrir mais uma página da historia, ainda curta mas já cheia de sacrifícios e de glória, que é a da nossa Aviação ….” NOTA: os aviadores Sarmento Beires e Brito Pais no seu acidentado voo Lisboa – Macau, caíram, no dia 20 de Junho de 1924 em Sâm-Tchân, a 45 milhas de Macau. Foram depois trazidos pela canhoneira «Pátria» (1), chegando a Macau no dia 25. Ver anteriores referências a este voo e aos seus aviadores em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/06/26/noticia-de-25-de-junho-de-1924-viagem-aerea-portugal… […]