Lorchas, juncos e outros barcos I

Ilustrado com estampas coloridas (1) e gravuras extra texto, desdobráveis. Apresenta-se  com glossário bilingue, português-chinês, dos termos náuticos, dos nomes das embarcações, do calendário da pesca e de outras actividades marítimas.
Muitos dos desenhos desta publicação foram copiados posteriormente no opúsculo editado pela Repartição Provincial dos Serviços de Marinha (Comando da Polícia Marítima e Fiscal), em 1968 intitulado “Tipos de barcos chineses, usados na pesca, tráfego, diversões etc, cujos desenhos foram copiados do relatório do Ex. mo Senhor Contra-Almirante Artur Leonel Barbosa Carmona“.  Este opúsculo tem 17 páginas, de 30 cm e foi compilado por Nunes da Silva (almirante). Poderá ver este opúsculo em:
http://cronicasmacaenses.files.wordpress.com/2011/08/barcos-chineses-calm-artur carmona.pdf

NOTA:  O 1º tenente Artur Leonel Barbosa Carmona, (1889-1965) teve uma  notável acção em Macau, onde serviu doze anos nos Serviços de Marinha (de 1920 a 1924, como adjunto da Capitania, de 1927 a 1931 no Comando da Polícia Marítima e Capitão do Porto e depois novamente em 1933 -1934. Regressou à Metrópole em 1934 como Capitão-tenente). Dirigiu o Observatório Meteorológico e como director, introduziu-lhe valiosos melhoramentos, o que permitiu uma intensiva cooperação com os de Manila e Xangai na previsão de tufões. Foi em 1930 a Timor, proceder à instalação de um posto rádio por si construído, que tornou possível efectuar comunicações daquela colónia com a metrópole, via Macau, as quais se faziam, antes por intermédio do Timor holandês. Regressado de Macau, comandou diversos navios, o último dos quais o “Afonso de Albuquerque”, em missões de soberania, durante a II Guerra Mundial. Dirigiu tambem as Obras Públicas de Macau (particularmente no sector da electricidade, em que era especializado).
É lembrado porque reuniu um valioso espólio para a criação (proposta sua ao Governador Artur Tamagnini Barbosa) do Museu Marítimo e de Pesca, primeiramente instalada numa dependência da Capitania dos Postos (1919)  e depois no Hangar do Porto Exterior (depósito de petróleo da Província).  Recorda-se que o Hangar foi bombardeado em 1945, e com o incêndio se perdeu todo o recheio (3).
Preparou a representação de Macau na Exposição Internacional do Rio de Janeiro, em 1922 onde foram exibidos alguns dos curiosos modelos de lorchas, juncos e outras embarcações dos mares da China.

(1) CARMONA, Artur Leonel Barbosa – Lorchas, juncos e outros barcos usados no sul da China : a pesca em Macau e arredores. 2.ª edição, Obra Social dos serviços de Marinha, 1985, 77 p. : il. ; 27 x 21,5 cm. Tem esta edição, uma nota introdutória do Cap.-Frag. João Manuel Nobre de Carvalho

Lorchas, juncos e outros barcos IIA 1.ª edição é de 1954, Macau – Imprensa Nacional, 26 cm X 21 cm, com 73 p.

(2) As estampas foram feitas pelo Senhor Eurico Fonseca, desenhador da Escola Naval.
(3) Incluindo cinco modelos de barcos, notáveis pela sua precisão que fizeram parte do mostruário da Província de Macau na Exposição Universal de Paris de 1900, ao qual foi atribuído o «Grand Prix»
This beginning ironically symbolised an outflow of heritage, rather than the contrary. The episode was repeated when Lisbon requisitioned items linked to fishing and vessels from Macao and Timor to be put on show in Portugal’s pavilion at the 1900 Paris World Fair. The aim was to affirm a country’s place on the international scene and its presence on various continents. In any case, the articles only returned to Macao after the Maritime and Fishing Museum opened in 1919, with the addition of some items collected in the meantime by the assistant to Artur Leonel Barbosa Carmona, then director of Macao’s port authorities.”
MESQUITA, Pedro Dá – artigo publicado no “Macao Magazine“:
http://www.macaomagazine.net/index.php?option=com_content&view=article&id=83:macao-museums&catid=38:issue-3