“Junto do templo chinês de Lin Fong Miu, (1) à entrada do Arco, há um rochedo, que ostenta o escudo português, encimado pela coroa real, tendo em baixo a data de 1848.
Este escudo e data foram ali esculpidos pelo Governador Ferreira de Amaral, como símbolo de soberania.
Um ano mais tarde, a 2-28-1849, a sua cabeça rolava por terra, decepada por um grupo de assassinos chineses, junto deste rochedo (2). Diz J. Dyer Ball, no seu livro “Macao” (3) , p. 28, que eles esconderam a cabeça e o braço de Amaral sob as cinzas no templo de Kun Yam. (4)
Há um outro rochedo, também com um escudo encimado pela coroa real à margem da Rampa dos cavaleiros, à esquerda de quem sobe.
Na Estrada do Arco, encostado à parede do prédio n.º 5, estava uma pedra, cravada no solo, com esta inscrição:

1872

ESTRADA

DO

ARCO

Esta pedra foi removida para as Ruínas de S. Paulo, sendo desfeita pelo camartelo dos assalariados do Leal Senado” (5)

(1) O templo Lin Fong (Lin Fong Miu ou Templo de Lótus ou , conforme Padre Teixeira “Pagode do Cume da Colina de Lótus”) fica na Estrada do Arco que começa entre as Avenidas do Almirante Lacerda e de Artur tamagnini Barbosa, em frente da Avenida do Conselheiro Borja, e termina na Estrada da Areia Preta; no sopé da colina de Hong Há. Outrora as águas lodosas do delta acercavam-se da entrada do templo e abrigava uma pequena povoação de pescadores.

Lin Fong Miu 1925Templo de Lótus em 1925

Único templo de origem taoísta em Macau, construído em 1592. Foi reconstruído em 1732, em 1752 (modificação e aumento de área) e em 1980
(2) No jardim exterior deste templo, do lado esquerdo (para quem entra) está uma enorme de pedra lavrada com o escudo português, indicando aproximadamente o local onde o governador de Macau, Ferreira do Amaral foi assassinado na tarde de 22 de Agosto de 1849.
(3) BALL, J. Dyer (James Dyer) (1847-1919) – Macao. the holy city: the gem of the Orient earth. Printed by the China Baptist Publication Society, Canton, 1905.
(4) O templo de Lótus possui vários átrios, sendo o principal dedicado a Tin Hau ou Deusa dos Céus. O principal pavilhão é dedicado a Kum Iam, a deusa da Misericórdia
(5) TEIXEIRA, P. Manuel – A Voz das Pedras de Macau, Macau, Imprensa Nacional, 1980, 324 p.