O junco move, langue, a asa do dragão,
Pintaram-no a nanquim no cetim da paisagem,
Parado o mar e branda a aragem:
Leque a abrir-se da caixa de charão
Sinto que avisto, à ré, a imagem de Fernão:
Na decisão do leme, o vigor da mensagem
De aventura, de fé e de coragem
Que andou, com ele, em peregrinação.
Súbito, o jet de Hong Kong, surgindo, além
Para os jogos febris e as casas de penhores,
Vem evocar Macau, esquecer Anaquá:
Lanternas de bazar, com «néons» em vaivém,
Cimentos em Nam Van (longe, os barcos de flores…)
Whisky´s and rock nas tijelas do chá
António Manuel Couto Viana
(18-03-1986)
“MADRUGADA DA PONTE DE MACAU-TAIPA” de Tam Weng Keong
NOTA : Este poema foi retirado da revista «NAM VAN», n.º 24, 1 de Maio de 1986. Edição do Gabinete de Comunicação Social do Governo de Macau, p.57.
Sobre este poeta ver anterior post
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/05/29/poesia-no-farol-da-guia/
[…] NOTA: António Manuel Couto Viana (nome chinês: Wai Pok Man – Homem de Cultura) “A convite do Instituto Cultural de Macau, António Manuel Couto Viana esteve em Macau entre 1986-88, a fim de ministrar o curso de artes dramáticas . Encenou em Macau várias peças entre elas “Camões e o Jau”, tendo dado contributo inestimável – ainda hoje não devidamente valorizado à restruturação do teatro em Macau.” (2) (1) VIANA, António Manuel Couto – Até ao Longínquo China Navegou“. Instituto Cultural de Macau, Colecção Poetas de Macau n.º 4, 1991, 90 p. Prémio Camilo Pessanha (IPOR 1992) (2) VIANA, António Manuel Couto – Homem do Teatro. Exposição e Catálogo (textos de António M C Viana e Paula Anjos). Câmara Municipal de Viana de Castelo, 2013, 181 p , ICBN 978-972-588-236-8 Sobre este autor , ver anteriores “posts”: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/05/29/poesia-no-farol-da-guia/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/02/02/poesia-no-alto-da-ponte-da-taipa/ […]