Ontem (10 de Janeiro de 1955), o Governador Joaquim Marques Esparteiro assinou o Despacho n.º 1, nomeando uma comissão composta pelos Chefe dos Serviços Económicos, que serviria de Presidente, Presidente do Leal Senado da Câmara de Macau; Presidente da Associação Comercial de Macau; Presidente da Associação de Beneficência «Tong Sin Tong»; Presidente da Comissão Central de Assistência Pública; Presidente da Associação dos Construtores e Empreiteiros; Engenheiro-Director da Repartição Técnica  das Obras Públicas e Comandante da Polícia de Segurança Pública de Macau, para prestar os socorros que fossem julgados indispensáveis às vítimas do incêndio, no sentido de se lhes dar alojamento, alimentação e vestuário e cuidando ao mesmo tempo dos feridos.
Mais determinava que a mesma comissão estudasse e propusesse a construção de novas barracas de habitação para os sinistrados, a erigir o mais breve possível. (1)

Incêndio 10JAN1955O Governador Joaquim Marques Esparteiro acompanhado pelo Chefe dos Serviços Económicos, Pedro José Lobo e demais autoridades visitando o local do incêndio 

NOTÍCIA:  “UM PAVOROSO INCÊNDIO”
Na madrugada do passado dia 10, registou-se no bairro pobre da Ilha Verde, um pavoroso incêndio que devastou mais de 400 casas de madeira, deixando sem abrigo cerca de cinco mil pessoas ali moradoras. O populoso bairro ficou quase completamente destruído, tendo morrido durante o incêndio uma mulher e duas crianças.
Os Bombeiros Municipais compareceram com a maior prontidão no local do sinistro, conseguindo dominar o violento incêndio umas horas depois. Com o auxílio de alguns militares , de guardas da P. S. P. e de alguns civis, os bombeiros trabalharam, horas seguidas, no salvamento de vítimas e haveres dos moradores daquele bairro.
As vítimas do incêndio, à excepção das que tiveram de ser hospitalizadas, foram alojadas nas dependências do Pagode « Lin Fong Miu», defronte da Esquadra Policial n.º 4, tendo a Comissão Central de Assistência Pública tomado as necessárias medidas quanto à alimentação das vítimas.
(1) Residiam nas barracas de Ilha Verde, nessa altura, cerca de 8 000 chineses.
NOTA: informações recolhidas de MACAU, Boletim Informativo Ano II, N.º 35, 1955.