“Neste dia por ordem do Governador desta Cidade Diogo Ferreira de Pinho (1) se pregou a mão do sargento António Rodrigues na porta da rua da sua mesma Caza, por ter forçado hua moça Timora no Campo” (2)

(1) O nome correcto do Governador era Diogo de Pinho Teixeira, nomeado em 5 de Agosto de 1706 e governou até 28 de Julho de 1710 (data da tomada de posse de Francisco de Melo e Castro). Foi durante o governo de Diogo de Pinho Teixeira que se agudizaram os conflitos entre o Senado e o Governador, chegando ao ponto, deste ter ordenado fogo (dois tiros)  da Fortaleza do Monte onde residia contra a casa da Câmara (arrombou o portão matando o porteiro). As desavenças entre Governadores e o Senado de Macau eram permanentes pelo que o Governador Francisco de Melo e Castro, em carta a D. João V, solicitava que uma das duas instituições deveria ser extinta. Francisco de Melo e Castro foi desapossado um ano depois, pelo seu procedimento despótico (3).
(2) BRAGA, Jack M. – A Voz do Passado. Instituto Cultural de Macau, 1987, 78 p.
(3) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Século XVIII, Volume 2. Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, 2.ª edição, Macau, 1997, 217 p. , ISBN-972-8091-09-5