Peter Mundy chegou a Macau a 5 de Julho. Segundo “Macau através dos tempos” (1) teria chegado em 1637; mas o  Padre Teixeira refere 1635 (2), embora na continuação da leitura do texto se verifica ter sido lapso ou erro na impressão. No site (3) refere a partida de Inglaterra em 1635.
Peter Mundy, autor de uma interessante e ardente descrição sobre Macau, foi um dos mais experimentados e infatigáveis viajantes da sua época, e consequentemente, a sua descrição de Macau é de valor excepcional. Não tem aqui lugar a história da sua vida de aventuras e de navegador, mas importa conhecer que ele veio à China na armada da chamada «Contrabandista» Squire Courteen, da Companhia das Índias, sob o comando do Capitão John Weddel que deixou a Inglaterra em Abril de 1636 e chegou a Macau 5 de Julho de 1637, permanecendo por mais de seis meses nestas vizinhanças”. (1)
Peter Mundy chegou a Macau a 5 de Julho de 1635 (erro de impressão: 1637) na esquadra do Cap. John Weddell, a qual se demorou mais de 6 meses na vizinhança de Macau e do Rio das Pérolas, partindo para a Inglaterra em Janeiro de 1638” (2)
As suas impressões sobre as viagens (Europa e Oriente) foram editadas em 5 vol. (4).
A parte referente a Macau (Vol III, Part II, pp. 159-316), foi reeditada por C. R. Boxer em “Macau na época da Restauração”. Reproduzo alguns trechos:
Macau está situada na extremidade duma grande ilha, a qual está sentada sobre colinas a elevar-se, com jardins e árvores entre as casas, o que lhe dá um lindo aspecto algo semelhante ao de Goa, ainda que menor. Os telhados são de duas águas e duplamente rebocadas com precaução contra os furacões ou ventos violentos que sobrevêm alguns anos, chamados tufões pelos chinas, razão porque (segundo dizem) não constroem altas torres nem campanários nas suas igrejas. (…)
Todos os divertimentos se realizam dentro da cidade, visto não possuírem campos ou jardins fora, pois os chineses não lhos permitem. As suas reuniões e feriados (que são muitos) realizam-se nas suas casas, que são muito espaçosas, sólidas, ricas e bem mobilizadas; as suas esposas e filhas ostentam riqueza nas jóias e toiletes; têm um bom número de escravos( sendo os homens na maior parte escravos cafres de carapinha e as mulheres chinesas.
Todas as espécies de provisões aqui, como pão, carne, peixe, fruta, etc. são baratas(2)
Mais afirmou que “em toda esta cidade havia apenas uma mulher nascida em Portugal. As esposas (dos portugueses) são chinesas ou mestiças da mesma raça.”
O navegador inglês Peter  Mundy inseriu no seu Diário, publicado em 1637, esta interessante vista de Macau (5)
 
(1) “Macau através dos tempos” artigo não assinado em MACAU, Boletim Informativo da Repartição Central dos Serviços Económicos, Ano II, n.º 39, Março de 1955. A data de 1637  também é confirmada em
http://www.library.gov.mo/macreturn/DATA/PP228/PP228045.HTM
(2) TEIXEIRA, P. Manuel – Macau através dos séculos. Macau, Imprensa Nacional, 1977, 87 p.
(3) No site onde se pode ler o texto completo, refere que em 1635, Peter Mundy parte com Sir William Courten para a India e Japão e regressa, em 1638, a Inglaterra onde chega a 15 de Dezembro.
http://www.archive.org/stream/travelsofpetermu01mund/travelsofpetermu01mund_djvu.txt
(4) The Travels of Peter Mundy in Europe and Asia (1608-1667)”  em 5 volumes
Sir R. C. Temple e Miss L. Anstey editaram para a «Hakluyt Society», em 1907, os diários e manuscritos de Peter Mundy que estavam na «Bodleian Library» de Oxford.
(5) Foto retirada de (1)