Trata-se de uma novela escrita por Francisco Maria Bordalo (1) e publicada em 1854 n´O Panorama (2)
É baseada na tragédia da fragata D. Maria II, ocorrida a 29 de Outubro de 1850.(3)  O protagonista Luís Osório seria o seu irmão Luís Maria Bordalo (morto na explosão) e todos os outros nomes (idênticos aos da vida real) correspondem a tripulantes da fragata, mortos ou não na explosão. (4)
Segundo Pedro da Silveira  que prefaciou a presente edição (5) : ” Claro que Sansão na Vingança!” não é uma obra-prima, nem bem uma novela perfeita. Se lhe falta, no desfecho, a força dramática que o assunto pedia, já o seu desenvolvimento padece também de evidentes «desuniões»…(…). Dito já que F. M. Bordalo foi o iniciador da nossa ficção de temática ultramarina…
O livro apresenta como apêndice uma NOTA INTRODUTÓRIA de Pedro da Silveira, explicando a proveniência dos  dois textos relativos à tragédia da D. Maria II: “Ofício do Comandante d Corveta «D. João I» ao Ministro e Secretário de Estado dos negócios da Marinha» e “Explosão da Fragata «D. Maria II» no Ancoradouro das Taipas, em Macau (autor: Guilherme José António Dias Pegado, macaense, colaborador assíduo e redactor da “Revista Popular” onde foi publicada) e do texto “Acon” (publicada na Revista Popular, assinada e datada por Francisco Maria Bordalo , Macau,  12 de Abril de 1852)
(1) Francisco Maria Bordalo (1821-1861), foi promovido a primeiro-tenente supranumerário a 12 de Novembro de 1850, e foi ao mesmo tempo nomeado, em comissão , secretário do novo governador da província de Macau, Timor e Solor, conselheiro FranciscoAntónio Gonçalves Cardoso, partindo os dois de Lisboa para o seu destino a 23. Foram via Suez (ainda sem canal), para chegarem, com vários transbordos, a Hong Kong em 24 de Janeiro de 1851.
No Egipto recebeu má sombra: aí, desembarcando em Alexandria, por passageiros vindos para a Europa, Bordalo teve a primeira notícia da explosão em Macau da fragata D. Maria II; notícia algo vaga, suficiente porém para não deixar sossegado quem tinha entre os tripulantes desse navio de guerra um querido irmão. Em Singapura tudo ficou esclarecido: a D. Maria II perecera e com ela quase toda a tripulação, incluso o segundo-tenente Luís Maria Bordalo. Chegou a Macau em 24 de janeiro de 1851, retirou-se passados dezasseis meses, em Maio de 1852“. (2)
(2) Revista “O Panorama: jornal literário e instructivo da sociedade Propagadora dos Conhecimentos Úteis” (revista fundada e dirigida por Alexandre Herculano)
(3) Sobre a explosão da fragata D. Maria II, aconselho leitura do artigo “O maior desastre naval ultramarino dos últimos 200 anos de João Guedes, no JTM e que se pode encontrar em:
http://www.jtm.com.mo/view.asp?dT=369103010  
(4) Dados retirados do Prefácio do mesmo livro, de Pedro de Silveira.
(5) BORDALO, Francisco Maria – Sansão na Vingança. Imprensa Nacional, 1980. Recolha, prefácio e notas por Pedro da Silveira (V-XI), 63 p., 26 x 18,3 cm.
Biografia de Francisco Maria Bordalo em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Maria_Bordalo.
Outros citações encontradas na net:
1 – A Passagem da Linha “…foi o introdutor do romance marítimo na nossa literatura. Amigo íntimo de Herculano, de Garrett e de outros intelectuais da época, deixou páginas de muito interesse para o conhecimento da vivência a bordo dos navios do seu tempo…(…). Aa suas impressões de viagens foram traduzidas pelo Time”
http://www.ancruzeiros.pt/ancpassagem-linha1.html.
2 – De Maria das Graças Moreira de SáFrancisco Maria Bordalo e o Romance Marítimo Oitocentista: Uma Tentativa Falhada
Com este artigo pretende-se lembrar o tipo de composição do século XIX a que Fidelino de Figueiredo chamou «romance marítimo» e o seu maior cultor em Portugal, Francisco Maria Bordalo. Inspirado no já então célebre Eugène Sue, e na esteira do americano Fenimore Cooper e do inglês Frederick Marryat, Francisco Maria Bordalo tenta criar histórias de enredo, localizadas no pequeno pátio dos navios que percorriam as costas da Península e do Império Ultramarino, focalizadas nas relações dos profissionais do mar com a gente de terra. Eugénio (1846) e Nau de Viagem (1880) são exemplos deste tipo de romance que falha, sobretudo, pela falta de volume e de autenticidade das personagens.”
http://ww3.fl.ul.pt/revistas/rflul/revflul234.html
Outras obras de Francisco Maria Bordalo relacionadas com Macau:
“Manuscrito achado na Gruta de Camões” (Macau, 1852)
“Um passeio de Sete Mil Léguas” (Lisboa, 1854)
Parte de uma das “cartas” que compõem este livro, pode-se ler em:
http://caderno-do-oriente.blogspot.pt/2010/08/as-portas-de-macau.html.
Pode-se ler trecho “Macau vista do mar“, do mesmo autor em
http://caderno-do-oriente.blogspot.pt/2010_01_01_archive.html.