Frequentei somente durante um ano o Colégio de Santa Rosa de Lima (secção infantil), no ano de 1957, tinha 6 anos. No ano seguinte ingressei na 1.ª classe da Escola Primária Oficial “Pedro Nolasco da Silva (Central). (1)
A recordação que tenho do Colégio, é esta foto da festa anual, realizada sempre na quadra natalícia. Constava sempre de pequenas peças, distribuição de prendas e prémios para os melhores alunos.
Esta foto demonstra como a “educação” era bem incutida nos alunos desde a infantil.
Foto retirada do livro “Macau pequena monografia” (2). Embora o livro tivesse sido publicado em 1965, Padre Teixeira afirma que “o velho Mosteiro centenário foi demolido em 1964” (3)
A legenda da foto: “O Colégio de Santa Rosa de Lima, um dos melhores da cidade”
Recorda-se muito sumariamente, seguindo indicações de Padre Teixeira (3):
O primitivo Mosteiro de S. Clara e a capela dedicada a N. Senhora da Conceição foram construídos sob a direcção de frei António da ressurreição, ficando completo em Abril de 1634. As Clarissas, que haviam chegado de Manila a 4 de Novembro de 1633, passaram a ocupar o novo Mosteiro a 30 de Abril de 1634.
A 31 de Dezembro de 1824, a capela e o mosteiro foram devorados por um incêndio; sendo reconstruídos, ficaram prontos em Setembro de 1827, reentrando-se ali as Clarissas a 10 de Novembro seguinte.
As Franciscanas Missionárias de Maria chegaram a Macau a 17 de Novembro de 1903, tomando a direcção do Colégio de S. Rosa de Lima que estava ao cuidado das Canossianas desde 1889. Expulsas em 1910, as Franciscanas regressaram a S. Clara em 1932.(4)
A 25 de Outubro de 1936, foi inaugurada a nova igreja S. Clara sendo o projecto, de estilo gótico-romano, da autoria da então superiora Me. Marie Amable de la Passion, ficando a igreja a formar um só corpo com o Colégio…(…)
A primeira pedra do novo convento foi benzida a 25 de Agosto de 1962 por D. Paulo Tavares, mas o velho Mosteiro centenário só foi demolido em 1964 e o novo terminado em 1965, sendo o projecto da autoria do Eng. Humberto Rodrigues.”
Álvaro de Melo Machado (governador de Macau, 1910-1913) (5) referia quanto às escolas em Macau “o collegio de meninas, anteriormente dirigido por senhoras religiosas, tinha uma frequência regular; mas, depois da sahida da colonia d´esses elementos, e ainda não montado convenientemente pelo governo, apenas ministra instrucção a um pequeno de raparigas externas, que alli aprendem instrucção primaria, portuguez, inglez, musica e lavores.”
Ainda do Pe. Teixeira mas do livro (6):
“No seu Relatório de 1923 dizia o Dr. Nascimento Leitão:
                    Colégio de Sta. Roda de Lima – 125 alunos, dos quais 11 do sexo masculino.
                    A situação do edifício é boa. Tem 7 salas de aula, mas uma delas não tem luz suficiente. Na disposição das carteiras nem sempre se atende à conveniência dos alunos receberem a luz pelo lado esquerdo. Como o Colégio possue poço, poder-se-ia talvez adaptar as retretes de autoclismo, em substituição das de caixa, ali em uso”
Em 1938, sob a direcção da Madre Marie Amable de la Passion, tinha professoras de “Economia Doméstica”, “Matemática e Francês”, ”Música e Costura”, “Inglês , Dactilografia e de Sports”, “Inglês, pintura e diversas artes”, “Inglês, música, canto e estenografia”, (7)
(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/e-p-o/
(2) SILVA, José de Azevedo e – Macau pequena monografia. Agência-Geral do Ultramar, Lisboa, 1965, 71 p., 22 cm x 16,5 cm.
Sobre este livro, ver post anterior
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2011/12/30/livro-macau-pequena-monografia/
(3) TEIXEIRA, P. Manuel – A Voz das Pedras de Macau. Imprensa Nacional, Macau, 1980, 324 p.
(4) D José da Costa Nunes restaurou o Colégio em 1932 e entregou a direcção deste estabelecimento às Franciscanas Missionárias de Maria.
(5) Na extensa lista dos governadores de Macau, Álvaro Cardoso de Melo Machado foi o mais jovem a ocupar o cargo, com apenas 27 anos. Autor de um relatório sobre a sua administração, como governador de Macau, que serviu de base à sua obra “Coisas de Macau”, (1913), um autêntico libelo contra a forma como Portugal administrava este território. O Escotismo chegou a Macau em 1911, pela mão de Álvaro Cardoso de Melo Machado, à data Governador interino daquele território .Pode pois, afirmar-se que o Escotismo Português iniciou-se em Macau (8)
(6) TEIXEIRA, Padre Manuel – A Educação em Macau. Direcção dos Serviços de Educação e Cultura. 1982, 422 p.
(7) Anuário de Macau, 7.ºAno de publicação 1938, 480 p + anexos (Comerciantes, Industrias e Profissionais).
(8) http://pt.wikipedia.org/wiki/Associa%C3%A7%C3%A3o_dos_Escoteiros_de_Portugal