Pedi ao Farol da Guia,
Pra que a nau não naufragasse
Na noite que fôr o dia,
Que fosse luz e a guiasse

E pedi mais:
Que baloiçasse no ar
Os sinais
Do tufão que vai chegar,
Pra que ao abrigo do cais
A nau achasse lugar.

E o primeiro farol
De aviso à navegação
No mundo onde nasce o Sol,
Não me disse sim nem não.

Mas a âncora ancorada,
Como fanal de bonança
Entre os muros da esplanada,
Disse, sem me dizer nada:
– Tem esperança !

(7.3.86)
António Manuel Couto Viana

António Manuel Couto Viana (1923-2010), poeta, encenador, tradutor, contista, dramaturgo e ensaísta português (1). Viveu três anos em Macau (1986-1988)

Livros publicados com a temática «Macau»
No oriente do Oriente, Macau, 1987
Até ao longínquo China navegou. Macau: Instituto Cultural, 1991, 91 p. Colecção poetas de Macau
Não há outra mais Leal, 1991

Tem dois poemas incluídos na Antologia de Poetas de Macau – selecção  e org. Jorge Arrimar e Yao Jungming. Macau: Instituto Camões, Instituto Cultural de Macau, Instituto Português do Oriente, 1999, 313 p. ISBN 977-566-201-6 (IC)
Na pousada de Mong-Há: p. 97 (versão chinesa na p. 96) e
No templo de A-Má: pp 99 e 101 (versão chinesa nas pp. 98 e 100)

NOTA: este poema foi retirado da revista «NAM VAN» n.º 24, 1 de Maio de 1986. Edição do Gabinete de Comunicação Social do Governo de Macau, p.57
Sobre este autor recomenda-se a leitura de:
http://195.23.38.178/casadaleitura/portalbeta/bo/documentos/vo_dossier_couto_viana_c.pdf
 
(1) http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Manuel_Couto_Viana