“Poderá parecer estranho o título; o que pode ter a valorização dos portos com a morigeração dos costumes? … é de vêr ! Macau, ainda que exageradamente, era considerada a terra do vício do extremo oriente, o Mónaco oriental; a diminuição de actividades do seu porto e a necessidade de receitas da colónia conduziram as coisas por forma a dar alguma razão a detractores. Os melhoramentos dos portos visaram poi, também, a melhorar esse aspecto deprimente para o nome português. Considerando agora esta questão no seu reverso, isto é, sobre as influências especialmente da pratica diminuição do jogo, é-se levado a admitir aqui, o que é regra geral, – o vício opõe-se ao trabalho dignificante; onde o jogo campeia são frequentes os desvios do mais recto caminho. – E assim pode-se realmente avançar que a completa valorização do porto de Macau, só poderá dar-se quando, por ventura, em vez de incitamento haja repressão dos vícios, o jogo lamentavelmente à frente .O porto concorrendo para um tal desideratum beneficiará a seu turno com a practica efectivação”
Parte da tese “A valorização do nôvo porto de Macau como base de maior ressurgimento da colónia” apresentada por Hugo C. de Lacerda (contra-Almirante) no 3.º Congresso Colonial Nacional , realizada em Lisboa em 9 de Abril de 1930.
Hugo de Carvalho Lacerda Castelo Branco (1860-1944), almirante e engenheiro hidrógrafo. Salientou-se no campo dos estudos e trabalhos portuários e foi nessa qualidade que dirigiu as obras do porto de Macau e sobre o qual publicou 4 obras. Foi inspector de Obras Públicas em Moçambique. Primeiro lente de hidrografia da Escola Naval. Criou a Missão Hidrográfica da Costa de Portugal. Teve um grande relevo em campos como a geologia, hidrografia, geodesia e topografia. (1)
O Almirante Hugo Carvalho de Lacerda Castelo Branco foi Governador interino de Macau (1925-1926).
Tem o seu nome na Toponímia de Macau (2)
Avenida Almirante Lacerda – Começa na Rua da Ribeira do Patane, e termina em frente da Av. Tamagnini Barbosa.
Travessa do Almirante Lacerda – é uma transversal do mesmo nome.
Livros publicados pelo Almirante Lacerda, sobre o porto de Macau:
1 – Memória sobre algumas opiniões referentes à necessidade de obras no porto. Aspectos financeiros e económicos gerais e das questões de navegação indústria e comércio em Macau. Direcção das Obras dos Portos, 1927.
2 – Memória sobre as obras dos portos de Macau referida ao fim do ano de 1923. Macau: Tip. Mercantil de N.T. Fernandes e Filhos, 1924.
3 – Macau e o seu novo porto: extracto do relatórios principais serviços prestados, desde Dezembro de 1918 a Março de 1927. Lisboa: Agência-Geral das Colónias, 1928, 72 p.
4 – Memória sobre algumas opiniões referentes à necessidade de obras do porto: aspectos financeiros e económicos gerais e das questões de navegação, indústria e comércio, em Macau. Macau, Direcção das Obras do Porto, 1927, 52 p.
(1) http://www.hidrografico.pt/hugo-castelo-branco-1860-1944.php
(2) Parte do Mapa, anexo ao opúsculo “Antigos Navegadores e Marinheiros Ilustres nos Monumentos e Toponímia de Macau), edição da Obra Social dos Serviços de Marinha, Macau, 8 de Julho de 1984. A Avenida Almirante Lacerda é o n.º 31 (a azul) e a Travessa do Almirante Lacerda é o n.º 31-A. De notar que o mapa é do início da década de 80 pelo que hoje, a área da doca de Patane Sul e a doca de Lamau, encontram-se aterradas.
Compare com o mapa actual tirada do
http://maps.google.pt/maps
[…] este almirante: Hugo Carvalho de Lacerda Castelo Branco, ver: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/05/27/leitura-a-necessaria-morigera-cao-dos-costumes/ (2) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau Século XX, Volume 4. Direcção […]
[…] 16 p. anúncios, 23,5 cm x 15 cm. Anteriores referências a Hugo C. de Lacerda e ao Porto de Macau https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/05/27/leitura-a-necessaria-morigera-cao-dos-costumes/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/04/27/o-projecto-do-porto-de-macau-em-1925/ Do periódico […]