Hoje, 13 de Abril mas de 1956, estreava no Teatro Vitória, um dos emblemáticos filmes de James Dean “REBEL WITHOUT A CAUSE” (em Portugal: “Fúria de Viver” seguindo o título em França: “Fureur de Vivre“). Um filme de culto e um dos dois mais memoráveis filmes americanos que abordaram a “crise da adolescência”, ambos com James Dean  (1955): “Rebel Without a Cause“  de Nicholas Ray e “East of Eden” de Elia Kazan.

O folheto simples, a preto e branco, com  19.5 cm x 13,5 cm, contém as seguintes indicações (1)  
 
TEATRO VITORIA Telefone 2677
A COMEÇAR EM  13 DE ABRIL DE 1956
Sessões às 14.30, 20.00 e 22.00 horas.
1- Abertura
2 – Documentário
3 – Reclamos de próximos filmes
4 -O emocionante filme em cinemascópio e Warner color
REBELDE NATO
(Espectáculo para maiores de 18 anos)
 
No verso do folheto, o argumento do filme e no final:
Composto e impresso na Tipografia “Son Chong Trading & Co”
13 Abril 1956 – 1000 EX.
 
No papel de Jim Stark, James Dean criou não só uma nova espécie de herói – o adolescente perturbado – de uma classe média suburban,a como ainda iniciou o fenómeno da “cultura do cinema adolescente” nos Estados Unidos. O filme, melodrama familiar misto de problemas sociais, aborda o comportamento de um grupo de adolescentes, na década de 50. É curioso  notar que os três actores jovens e quase inexperientes no cinema nessa altura (Sal Mineo tinha 16 anos, Natalie Wood tinha 16 anos e James Dean tinha 24 anos) morreram de forma violenta.(2)
Há várias cenas marcantes: uma delas “relatada” no argumento:
” … corrida, guiando cada um deles um carro até às bordas dum despenhadeiro e saírem dos carros antes destes caírem para o fundo do precipício. O primeiro que sair do carro é considerado o vencedor.”
Creio que neste tipo de apostas (Chickie Game), o último a sair do carro, saltando no último momento, antes da queda do carro no precipício é que era o vencedor. Poderá ver esta sequência no Youtube (3)
O filme  estava projetada para ser a preto e branco, mas Nicholas Ray conseguiu convencer a Warner Bros a fazê-lo a cores. É por isso que está publicitada como WARNERCOLOR – cores vibrantes.

(1) No folheto não figurava o nome do realizador, Nicholas Ray. Aliás nessa altura, os realizadores eram poucos nomeados, nem sempre figurando nos cartazes. Valorizava-se sempre os nomes dos artistas principais. Mas o filme não seria considerado intemporal sem o excelente guião de Stewart Stern, a realização dinâmica de Nicholas Ray (o realizador , mestre em “mise-en-scéne”, que explorou todo o potencial do “CinemaScope”) (4) e as actuações marcantes dos actores ( principalmente de James Dean: estilo de actuação teatral misturado com improvisação).
(2) James Dean (1931- 1955) após este filme só faria mais um:  Giant de George Stevens, falecendo ao volante de um carro de corrida e a grande velocidade na Estrada de Salinas  (Paso Robles – Califórnia) onde ia participar numa corrida (reforçando o mito romântico, um mês antes de estrear este filme (5); Sal Mineo (1939-1976) foi esfaqueado  por um estranho em 1976 e Natalie Wood (1938-1981) morreu afogada. 

(3) http://www.youtube.com/watch?v=LGUYsuYudVA.
(4) COOk, Pam (edited) – The Cinema Book. Panteon Books New york. 377 pp. ISBN 0-394-74986-3
(5) James Dean tinha feito uns meses antes de morrer, um pequeno anúncio sobre a segurança nas estradas e o cuidado na condução com o mote “Drive safely, because the next life you take may me mine”
NOTA: “Trailers” do filme em
http://www.imdb.com/title/tt0048545/