Trecho referente a Macau, na p. 573 (CAP VII – Portugal Ultramarino), do livro de propaganda ao Estado Novo, de 1957 (1)
“A província portuguesa de Macau tem sido verdadeiro porto de abrigo de milhares e milhares de necessitados.
Fundada em 1557, a cidade de Macau encontra-se situada na China Meridional, em dois terços de uma pequena península da ilha chinesa de Heung- San, a que os portugueses chamam Anção. Compreende esta província além da cidade de Santo Nome de Deus de Macau, as ilhas de Taipa e de Coloane.
Macau é uma cidade florescente, limpa, airosa e pitoresca. os seus edifícios e tabuletas chineses dão-lhe uma nota de exotismo, que é tanto mais viva e impressionante, quanto é certo que a fisionomia da cidade é tipicamente europeia. Possui largas avenidas, como as de vasco de Gama e de Almeida Ribeiro – a principal artéria da cidade – , bons edifícios públicos, como o Leal Senado, a Biblioteca Pública, a Escola Primária Oficial, o Hospital Conde de S. Januário, o Tribunal de Justiça, o Palácio do Governo e a Capitania dos Portos, Fortes, cheios de recordações, histórias, templos católitos e chineses, hospitais, escolas, etc. constituem um conjunto de grande beleza e grandiosidade.
Macau é um dos mais importantes centros comerciais do Extremo-Oriente. As suas indústrias são importantes, destacando-se a da pesca que emprega cerca de 20.000 pessoas, chegando a atingir um rendimento de 5 milhões de patacas anuais.
A indústria dos pauchões ou estalos da China, os pivetes, os fósforos, os tecidos, o vinho chinês e os artefactos de malha, constituem as principais indústrias de Macau. O movimento dos portos é intensíssimo.
As gravuras que ilustram estas páginas mostram, ao alto, um pormenor do bairro económico; ao centro, o Palácio das Repartições Públicas; e em baixo o Palácio do Governo”
A referenciação às gravuras desta página, não estão correctas pois embora a 1.ª possa ser de um bairro económico (não consegui precisar qual?), a 2.ª, não é o Palácio das Repartições, mas o Hospital S. Rafael e a 3.ª, esta sim, Palácio das Repartições Públicas e não o Palácio do Governo.
Quando o livro foi publicado, o Governador de Macau era Comandante Pedro Correia de Barros que governou Macau de 1957 a 1958 (Loulé 1911-1968) (2)
Numa das páginas finais do livro, na secção “saudações das entidades governativas do continente e do ultramar”, encontra-se as fotos de diversos presidentes dos municípios das “províncias ultramarinas” e entre elas, a foto do Presidente do Município de Macau.
O Presidente do Leal Senado, nessa altura, era António de Magalhães Coutinho – presidente de 25-10-1950 a 15-05-1957, data em que pediu a exoneração.
(1) GOMES, F. Matos (dir. literária) – 30 Anos de Estado Novo 1926 – 1956. Lisboa, 1957, 639 p. + 17 páginas de anúncios + 33 p. de saudações das entidades governativas do continente e do ultramar. 28 cm x 20 cm
(2) http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Correia_de_Barros
[…] + 33 p. de saudações das entidades governativas do continente e do ultramar. 28 cm x 20 cm. Ver https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/03/19/leitura-30-anos-de-estado-novo/ (2) João Frederico Nolasco da Silva,(23-09-1871/20-08-1951), filho de Pedro Nolasco da Silva e […]