PINTO, Hermengarda Marques – Macau terra de lendas. Campanha Nacional de Educação de adultos (Plano de Educação Popular), Colecção Educativa Série E, n.º 1, Tipografia da Atlântida-Coimbra,  1955, 128 p. + |4|, + 16 extra-textos, 4 dos quais a cor,16,5 cm x 11,2 cm. (1)
O meu exemplar tem assinatura de posse na p. 3: ” ???? Fialho, Castelo Branco 27-11-1957″. Na lombada da capa tem a seguinte indicação:
“XXVII C.N.E.A: MACAU 1955”
A capa é de Nuno San Payo.

Trata-se de uma monografia muito sucinta de Macau, abrangendo a história passada, religião, cultura, população, lendas e superstições, costumes, arte, curandeiros, festas, etc. Transcrevo trecho referente aos macaenses.
“MACAENSES
                    Os Macaenses podem dividir-se em três classes: filhos de Europeus há muito estabelecidos em Macau; produtos de cruzamentos entre Europeus e Orientais; e Chineses nascidos naquela Província.
                    Os mais numerosos e característicos são aqueles em cujas veias corre sangue chinês e é desses que nos vamos ocupar.
                    São, do modo geral, de estatura média; têm os pés pequenos e elegantes; as maças do rosto salientes – o que lhes dá originalidade e certa beleza; olhos ligeiramente oblíquos e cabelos pretos e lisos.
                    Alguns fogem a esta regra ou não se distinguem dos Europeus, ou são tipicamente Chineses.
                    Vestem-se bem, mesmo com precaução, mas duma maneira prática e ligeiramente vistosa – influência da moda americana.
                    Ultimamente, vêem-se muitas raparigas macaenses vestidas como uma chinesa moderna – «cabaia» pelo meio da perna, com uma abertura de cada lado.
                    Quase todas são cultas e educadas. Nos primeiros anos frequentam o «Colégio Santa Rosa de Lima», colégio de freiras, onde aprendem música e línguas e continuam os estudos no liceu, indo, geralmente, até ao 7.º ano.
                    Aliás, os macaenses têm todos um certo nível intelectual e procuram cultivar-se sob todos os aspectos.
                    Organizam, pelo ano fora, imensos concertos e conferências que têm sempre numerosa assistência. Também gostam de levar uma vida de sociedade intensa, divertindo-se em clubes e em casa uns dos outros, onde se reúnem para tomar chá e jogar o «mah-jong». Sobretudo as senhoras conseguem passar horas seguidas neste jogo barulhento que se torna quase em vício e que é igualmente apreciado pelos Europeus e pelos Chineses.
                    Os rapazes são grandes desportistas e levam uma vida higiénica e sã. Quando acabam o liceu, vêm para a metrópole tirar um curso superior, ou tentam empregar-se em escritórios.
                     A habilidade que têm para o negócio é só comparável à dos Chineses, com quem trabalham muitas vezes em diversos ramos e actividades.”
 
As duas fotos seguintes foram retiradas deste livro.

Pode-se ler enxerto dum outro capítulo do livro intitulado “A Cidade” em:
http://macauantigo.blogspot.com/2010/08/macau-terra-da-lendas.htm
ou
http://www.jtm.com.mo/view.asp?dT=290502004 

(1) Este livro foi reeditado em 1974:
PINTO, Hermengarda Marques – Macau terra de lendas. – Lisboa: Direcção Geral da Educação Permanente, 2.ª ed., 1974. – 126, [6] p. : il. ; 17 cm. – Educativa.