Teu dorso dorme em séculos de espera
alteando em cor os flancos de acordar
enquanto o sol soergue as suas garras
e abre por dentro a sombra da paciência
prestes a ousar o salto e a rastejar,
nas asas escrevendo o chão sagrado
onde rebenta a última esperança.
José Augusto Seabra (1)
(1) SEABRA, José Augusto – Poemas do Nome de Deus. Instituto Cultural de Macau, 1990, 83 p., ISBN 972-35-0093-0
[…] José Augusto Baptista Lopes e Seabra (1937 — 2004), licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, exilou-se em França., onde se doutorou em Letras pela Sorbonne. Em 1974, regressou a Portugal, onde é professor da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Deputado à Assembleia Constituinte e depois à Assembleia da República, exerceu as funções de Ministro de Educação entre 1983 e 1985, embaixador na UNESCO (contribuiu neste cargo o reconhecimento de Macau como Património Cultural da Humanidade), e depois em Nova Deli, Bucareste e Buenos Aires). Poeta e ensaísta, dos livros de poesia publicados, um está relacionado com Macau. Poemas do Nome de Deus (edição bilingue traduzida por Lu Ping Yi). Instituto Cultural de Macau, 1990 (2). A “Revista de Cultura” (Nº 11-12, 1990) publicou um ensaio de José Augusto Seabra abordando “Camilo Pessanha e as Margens do Texto”. (1) In p. 174 – Homenagem a Camilo Pessanha (organização, prefácio e notas de Daniel Pires), IPOR, ICM, 1990,.201 p. (2) Ver em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/03/16/macau-e-o-dragao-iii/ […]